terça-feira, 25 de outubro de 2011

Bonecos de lama

  Já ouviu aquela frase : O povo sai do gueto mas o gueto não sai do povo? Pois é,eu aplico o mesmo à minhas origens. Sou antes de tudo um menino de barro da primeira rua que cruza a rua da lama. Lugar feio,sem muita calçada avalie gente bonita...quem olha por terceira pessoa não se interessa nem um pouco na paisagem rebuscada pelos carros que quando passam levantam areia. Por esse lugarzinho medonho e escroto eu com certeza morro de amor; aperta o coração de pensar naquelas peladas, naquele dominó da pracinha em ruínas,dos momentos de embriaguez sem a presença de álcool, da contagem de nuvens, dos campeonatos de play...enfim,daquelas seis pessoas reunidas e invencíveis, os carneiros da lama.
  O grupo que vos escreve porém, se resume à metade...não estamos nos distanciando mas apenas representando a nossa rua, nossa cidade, o estado e de quebra o país. Viemos aqui simplesmente para transformar o tédio em poesia, retratar o céu e o inferno do cotidiano, transcrever Lenine e Chico Science, e se sobrar espaço a gente fala de amor.
  Somos garotos sonhadores, viemos do mesmo beco e de lá continuamos a ser, somos bonecos de mestre Vitalino, descendentes de Lampião, mamelucos, caranguejos do mangue, somos um queijo de coalho em meio à dois pães de fibra...somos tudo que o sertão oferece e ao mesmo tempo somos totalmente diferentes, afinal, não se completa um quebra-cabeça com peças iguais.
  Dos alto-falantes do universo, Ygor Machado Nasimento

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